quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Maria Eulália blues



Maria Eulália é um apartamento na rua Augusta, onde moram e já moraram alguns brothers.

Numa madrugada, compus esse poema/canção:


Madrugada

Hora em que meu coração separa

A angústia da calma

O fígado da alma


baixo Augusta, vidas ilhadas

onde o ódio e o amor

Andam de mãos dadas


Boemia não conhece progresso

Mas me tens de regresso

À baixa Idade Média


Necrópole do excesso

Os cacos de vidro

Revelam a noite passada


Mosaicos da libido

Os policias, apenas decorativos

Pode relaxar...


Amar aqui é confuso

Fliperama letal dos emos

Via arterial dos loucos


Latrina da Paulista

Estamos todos roucos

É o fim da picada


Tarde demais pras drogas

E cedo demais pro amor

Eu vou embora...


R.Saffuan


2 comentários:

  1. Não havia rolado mesmo... desencontro entre o meu ser e a tecnologia. Mas agora, para descansar a cabeça, não quero nem comentar... vou para o plano prático. Buscar o violão e doar 25 minutos para uma tentativa de musicar o poema canção. Sendo assim, apostemos nos resultados musicais, deixando de lado o recado de outrora!

    Bonita a letra! para quem sabe o peso do obvio
    e para quem vive tais abstrações... só isso que tenho a dizer!

    Um abraço

    marcelo quaz

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