quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Jules Laforgue e Charles Baudelaire




Chego em casa pensando em poesia e transcrevo trechos dos ensaios de Jules Laforgue, poeta associado ao simbolismo, nascido no Uruguai, educado na França e falecido precocemente aos 27 anos.


Jules utilizava com frequencia a elipse, suprimida em versos curtos, produzindo um efeito hipnótico, aliada à melopéia, o aspecto sonoro da poesia (classificação dada por Ezra Pound, admirador e estudioso da sua obra.)


Linguagem na linha "chulo-irônico": uso de gírias, a fala da rua, nada no bolso ou nas mãos. Jules também escreveu ensaios e prosa criativa. O que publico abaixo são trechos transcritos por mim sobre o magnífico Charles Baudelaire, umas das principais inspirações de Laforgue.


Ao longo da semana pretendo postar alguns dos poemas de Jules da minha predileção. Agora, excertos de um belo ensaio:



LITERATURA: NOTAS SOBRE BAUDELAIRE (EXCERTOS Jules Laforgue - tradução: Régis Bonvicino - editora Iluminuras)



"A poesia moderna - o signo - a perícia técnica da análise, precisão cirúrgica, a ciência do texto alinhada ao progresso tecno-científico."



" O primeiro a falar de si num tom moderado de confessional, e a não adotar um ar inspirado".



"O primeiro a falar de si e de Paris como um condenado ao cotidiano da Capital, mas num tom nobre, distante, superior." (...) Seus discípulos exibiram Paris feito provinicianos deslumbrados com um passeio no bulevar e cansados da tirania das cervejas."



"Ele pode ser cínico, louco etc... Nunca tem um tom canalha (grifo próprio) um tom falso nas expressões com as quais se veste. Sempre cortês com o feio. Ele porta-se bem."



"Descobriu o miado, o miado noturno, semeado aqui e ali por pequenas crispações, o miado único, desesperado, langoroso, exasperado, infinitamente solitário(...)."



AVISO IMPORTANTE SOBRE A POESIA



"O PRIMEIRO a romper com o público. Os poetas dirigiam-se ao público (repertório humano); ele, o primeiro a dizer-se:


"A poesia será coisa de iniciados."



"Embrulha-se em alegorias extralúcidas".



"Fala do ópio como se fosse rotina."

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